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sábado, 8 de março de 2014

Morrer de Amor - Poema de Maria Teresa Horta

Morrer de Amor

 Morrer de amor 
 ao pé da tua boca 

 Desfalecer 
 à pele 
 do sorriso 

Sufocar de prazer
com o teu corpo 

Trocar tudo por ti
se for preciso 

 Maria Teresa Horta, in “Destino”

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

As nossas madrugadas

Desperta-me de noite
o teu desejo
na vaga dos teus dedos
com que vergas
o sono em que me deito

pois suspeitas

que com ele me visto e me
defendo

É raiva
então ciume
a tua boca

é dor e não
queixume
a tua espada

é rede a tua língua
em sua teia

é vício as palavras
com que falas

E tomas-me de força
não o sendo
e deixo que o meu ventre
se trespasse

E queres-me de amor
e dás-me o tempo

a trégua
a entrega
e o disfarce

E lembras os meus ombros
docemente
na dobra do lenços que desfazes
na pressa de teres o que só sentes
e possuires de mim o que não sabes

Despertas-me de noite
com o teu corpo

tiras-me do sono
onde resvalo

e eu pouco a pouco
vou repelindo a noite

e tu dentro de mim
vais descobrindo vales


(Minha Senhora de Mim
Maria Teresa Horta, )