Chove dentro do pavilhão? A culpa é do clima, dizem ministra e técnicos da Parque Escolar
Por Carlos Dias (Publico)
Isabel Alçada prosseguiu em Beja o roteiro por escolas secundárias e foi confrontada com o desagrado da comunidade escolar
A ministra da Educação, Isabel Alçada, foi ontem surpreendida durante a visita à Escola D. Manuel I, em Beja, com uma situação inesperada: o pavilhão polivalente coberto, acabado de construir - ao abrigo do projecto de requalificação do edifício escolar -, deixa entrar água a ponto de interditar o espaço às aulas de Educação Física. A governante, que disse ter sido informada da situação ontem de manhã, não escondeu o incómodo quando os jornalistas a confrontaram com o problema. E argumentou com uma insólita explicação. "Foi-me dito que o miniclima de Beja está relativamente diferente, graças ao Alqueva, que refrescou a cidade, e que tornou um pouco mais húmida esta zona."
Não é conhecida nenhuma interpretação científica que demonstre estar o clima alentejano a ficar mais temperado por causa de Alqueva, embora se especule sobre esta eventualidade.
O pavilhão em causa foi concebido, segundo os técnicos da empresa pública Parque Escolar (PE), em função das condições climatéricas características do Alentejo. Daí que tem apenas uma cobertura, por causa das temperaturas elevadas habituais na região, não tem paredes para possibilitar uma melhor circulação do ar e consequentemente oferecer temperaturas mais amenas no Verão.
Chegado o Inverno, verificou-se que a precipitação particularmente abundante entra pelas laterais, inundando o espaço destinado às actividades desportivas. Quando o frio aperta é impensável tanto alunos como professores envergarem roupas mais ligeiras. "Aquilo parece uma arca congeladora", comparou um aluno, opinião corroborada por vários colegas e alguns professores.
Reportando-se ao problema do pavilhão polivalente coberto, Pedro Nunes, presidente da Parque Escolar, lamentou a situação, frisando que as condições climatéricas que têm ocorrido desde o passado mês de Dezembro "não são próprias do Alentejo", reconhecendo, porém, que a solução arquitectónica encontrada para a escola de Beja "não foi totalmente conseguida". Isabel Alçada descansou a comunidade escolar, adiantando que já foi encontrada a solução: "O pavilhão vai receber uma cobertura lateral, por onde a chuva entra."
Durante a deslocação a Beja, a ministra da Educação foi confrontada com as eventuais restrições orçamentais impostas pelo Programa de Estabilidade e Crescimento. Em resposta a esta questão, Isabel Alçada garantiu que "as obras vão prosseguir", mas "temos que ajustar o ritmo de desenvolvimento deste trabalho de renovação e de requalificação da nossa rede de escolas à nossa disponibilidade financeira", frisou, comprometendo-se a prosseguir com as obras "já programadas".
Informações prestadas pelo Ministério da Educação referem que o Programa de Modernização do Parque Escolar destinado ao Ensino Secundário, lançado em 2007 para modernizar 332 escolas secundárias até 2015, tem actualmente concluídas 19 escolas, encontrando-se 11 em fase de conclusão e 75 em processo de obra. A ministra tentou vezes sem conta ouvir a opinião dos alunos sobre a "nova" escola. De um modo geral, não foram muito efusivos.
BOM...Isto Parece um Curral!
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