sexta-feira, 18 de maio de 2012

Nick Hanauer...Ainda bem que é ele que o afirma...


Estados Unidos

TED rejeita palestra de um capitalista contra o papel dos capitalistas

18.05.2012 - 10:26 Por Alexandre Martins

"Um comum consumidor da classe média cria muito mais emprego do que um capitalista como eu." A frase é do multimilionário norte-americano Nick Hanauer e foi proferida numa das famosas conferências da TED, no dia 1 de Março. Dois meses depois, os responsáveis da fundação privada sem fins lucrativos recusam-se a publicar o vídeo da palestra, por considerá-la "muito politizada".

Na era do Facebook e do Twitter, as consequências desta decisão eram inevitáveis: o texto foi publicado na Internet e começou a inundar as redes sociais, quase sempre acompanhado de acusações de censura e alegações de que as conferências da TED se transformaram "num festival de autocomplacência das elites", para usar uma das expressões mais simpáticas.

Muito do que Nick Hanauer escreveu já tinha sido defendido no ano passado por um grupo de milionários norte-americanos, arrastados por um artigo escrito no New York Times pelo magnata Warren Buffet: "Enquanto os pobres e a classe média combatem em nosso nome no Afeganistão, e enquanto a maioria dos americanos luta para esticar o salário, nós, os mega-ricos, continuamos a beneficiar de impostos reduzidos". O texto de Buffet, publicado em Agosto de 2011, tinha como título "Deixem de mimar os super-ricos" e terminava com uma frase que também podia ter sido escrita por Nick Hanauer: "Eu e os meus amigos temos sido mimados há muito tempo por um Congresso amigo dos multimilionários".

domingo, 13 de maio de 2012

Cavaleiros da Ordem do Infante Dom Henrique

Exmo. Sr. Presidente da República, Dr. Aníbal Cavaco Silva,

o meu nome é Catarina Patrício, sou licenciada em Pintura pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, fiz Mestrado em Antropologia na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, sou doutoranda em Ciências da Comunicação também pela FCSH-UNL, projecto de investigação "Dissuasão Visual: Arte, Cinema, Cronopolítica e Guerra em Directo" distinguido com uma bolsa de doutoramento individual da Fundação para a Ciência e Tecnologia. A convite do meu orientador, lecciono uma cadeira numa Universidade. Tenho 30 anos.
Não sinto qualquer orgulho na selecção de futebol nacional. Não fiquei tão pouco impressionada... O futebol é o actual opium do povo que a política subrepticiamente procura sempre exponenciar. A atribuição da condecoração de Cavaleiro da Ordem do Infante Dom Henrique a jogadores de futebol nada tem que ver com "a visão de mundo" (weltanschauung) que Aquele português tinha. A conquista do povo português não é no relvado. Sinto orgulho no meu percurso, tenho trabalhado muito e só agora vejo alguns resultados. Como é que acha que me sinto quando vejo condecorado um jogador de futebol? Depois de tanto trabalho e investimento financeiro em estudos?!! Absolutamente indignada.

Sinto orgulho em muitos dos professores que tive, tanto no ensino secundário como no superior. Sinto orgulho em tantos pensadores e teóricos portugueses que Vossa Excelência deveria condecorar. Essas pessoas sim são brilhantes, são um bom exemplo para o país... fizeram-me e ainda fazem querer ser sempre melhor. Tenho orgulho nos meus jovens colegas de doutoramento pela sua persistência nos estudos, um caminho tortuoso cujos resultados jamais são imediatos, isto numa contemporaneidade que sublinha a imediaticidade. Tenho orgulho até em muitos dos meus alunos, que trabalham durante o dia e com afinco estudam à noite....

São tantos os portugueses a condecorar...

e o Senhor Presidente da República condecorou com a distinção de Cavaleiro da Ordem do Infante Dom Henrique jogadores de futebol... e que alcançaram o segundo lugar... que exemplo são para a nação? Carros de luxo, vidas repletas de vaidades... que exemplo são?!



apresento-lhe os meus melhores cumprimentos,

Catarina

Kristin Korb