terça-feira, 9 de novembro de 2010

Relembrando Cecilia Meireles














Por que me falas nesse idioma? perguntei-lhe, sonhando.
Em qualquer língua se entende essa palavra.
Sem qualquer língua.
O sangue sabe-o.
Uma inteligência esparsa aprende
esse convite inadiável.
Búzios somos, moendo a vida
inteira essa música incessante.
Morte, morte.
Levamos toda a vida morrendo em surdina.
No trabalho, no amor, acordados, em sonho.
A vida é a vigilância da morte,
até que o seu fogo veemente nos consuma
sem a consumir.

3 comentários:

Anónimo disse...

Amo Cecília Meireles!
Vc sabia que na minha infância eu era a recitadora oficial de poemas da minha escola?
Sabia quase todos da Cecília de cor.
Bjs.

Unknown disse...

Lindo poema!
Donatien, alteraste a imagem do teu avatar, eu achava a outra tão bonita, até a tinha posto no Blogue ontem...

Rogério G.V. Pereira disse...

Esse nome me incomoda
Mesmo num poema belo
que ficou sem querer ao lado
do "não à guerra" em fundo amarelo