Porque em teu pénis pulsam os papiros
E de seda no sono és um vitelo,
Porque os anéis de plenilúnio adquire-os
A luz de que se ocupa o teu cabelo,
Porque ergues a cabeça e caem lírios,
Porque abres a camisa e és muito belo,
Porque um gato de febre em teus delírios
Divaga meus quadris de terciopelo.
Porque eu saio da concha do vestido
E num palor de sol submetido
Declinas no meu fim inominável,
Porque nevo se estás no solstício,
És a paixão votada ao sacrifício
Que devo a uma estrela insaciável.
(Sonetos Românticos
Natália Correia, 1923-1993,
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