quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Desaparecido


 Desaparecido 

 Sempre que leio nos jornais: 
"De casa de seus pais desapareceu. . . " 
 Embora sejam outros os sinais, 
Suponho sempre que sou eu. 

Eu, verdadeiramente jovem,
Que por caminhos meus e naturais, 
Do meu veleiro, que ora os outros movem, 
Pudesse ser o próprio arrais. 

Eu, que tentasse errado norte; 
Vencido, embora, por contrário vento, 
Mas desprezasse, consciente e forte, 
O porto de arrependimento. 

Eu, que pudesse, enfim, ser meu — Livre o instinto, em vez de coagido, 
"De casa de seus pais desapareceu...
" Eu, o feliz desaparecido 

 Carlos Queirós ( covém dizer ao  (c)rato que não é o treinador da bola)

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